Corre, pedala e nada. A expressão, além de ser muito usada para se referir àquele jogador de futebol "enganador", também serve para explicar as regras do Triathlon, competição esportiva que envolve corrida, ciclismo e natação. Mas e se os atletas simplesmente decidissem apenas correr, nadar e correr de novo? Teríamos então uma nova modalidade, derivada do Triathlon: o Aquathlon. Nesta terça-feira (20), a Confederação Brasileira de Triathlon anunciou que a única etapa do campeonato brasileiro de Aquathlon será sediada na Bahia.
O evento ocorrerá no Rio Imbassaí, em Mata de São João, no dia 20 de novembro deste ano, e terá quatro categorias: infantil (8 a 14 anos), paratriathlon (atletas com deficiência), elite (profissionais) e age group (para amadores). Segundo o presidente da Federação Baiana do esporte, Cleber Castro, os 20 primeiros colocados de cada modalidade ganharão vaga no Mundial de Aquathlon, marcado para acontecer em 2022, na cidade de Townsville, na Austrália. As inscrições para o evento devem ser abertas na próxima semana.
"Geralmente, no ano, você tem um calendário nacional que tem cinco etapas espalhadas pelo Brasil, e as três melhores pontuações sobem e se classificam para o mundial, sempre para o ano seguinte. Esse ano, devido à pandemia, o calendário foi suspenso. Uma das etapas estava prevista para a Bahia. Agora não há mais tempo hábil para fazer as cinco etapas, então será em etapa única. Sendo aqui na Bahia, você pode colocar mais atletas baianos, porque fica mais perto para as pessoas irem. Isso é bom para o estado", afirmou o dirigente, em entrevista ao Bahia Notícias.
A prova é percorrida da seguinte forma: primeiro, os atletas executam uma corrida de 2,5 quilômetros; depois, nadam um quilômetro e, por fim, correm mais cinco quilômetros. Essa é a padronização para profissionais. Cada categoria possui suas distâncias específicas.
Vale lembrar que o Aquathlon e o Triathlon têm um outro "irmão": o Duathlon. Neste último, os atletas fazem provas de corrida e ciclismo, sem a natação.
PROTOCOLOS
Para realizar a etapa brasileira, a Federação Baiana de Triathlon teve que estabelecer uma série de protocolos para evitar a disseminação da Covid-19. As normas, diz Cleber, são as mesmas utilizadas pelo Comitê Internacional da modalidade. "Quando começou a pandemia, o comitê se reuniu com a OMS [Organização Mundial da Saúde] para montar os protocolos para o pessoal treinar. A Bahia foi a primeira do Brasil a ter o protocolo, e serviu de base para outros estados. Porém não tivemos uma prova onde a gente pudesse ter o caráter educativo. Não adianta ter o protocolo se não divulga", destacou o presidente da Fibatri.
A primeira mudança em relação à prova original é de que, neste ano, os atletas não vão largar todos juntos. "Serão de quatro em quatro pessoas, em intervalos de tempo seguros", explica Cléber. Além disso, cada competidor será acompanhado por 14 dias antes da prova e terá de responder um questionário sobre suas atividades pessoais recentes.
No dia anterior à competição, todos serão testados, e, em caso de diagnóstico positivo ou contato com alguma pessoa infectada, a participação na prova estará comprometida. "Na prova, os atletas usam máscaras até a hora da largada. Ele tira, faz a prova. Acabou a prova, ele sai da área de competição e não recebe medalha na hora. Tiramos entrega de alimentos na água, o próprio atleta que pega o seu alimento. Os staffs todos usam luvas, máscaras, assim como todo mundo que está ali. Não pode ter público para torcer. Se levar algum público (o atleta), e houver descumprimento da pessoa que está com ele, está desclassificado", conclui o dirigente.
INCLUSÃO
Além de ser uma modalidade que propõe um diferencial para as pessoas que praticam, o Aquathlon, assim como o Triathlon e o Duathlon, tem a proposta de inclusão. Os atletas com menos de 19 anos, mais de 60 anos, de baixa renda e os paratletas terão uma taxa de isenção de 80 a 100% da taxa de inscrição.
"Se pagar, vai ter uma taxa mínima, de turismo, por exemplo, porque a gente tem que prestar contas para a federação. Isso está sendo um case de sucesso, copiado até por outros estados", ressalta Cléber.