Josep María Bartomeu, ex-presidente do Barcelona, foi preso nesta segunda-feira (1) após a polícia civil fazer buscas nos escritórios do Camp Nou, estádio do clube. A operação fez parte do caso "Barçagate", que repercutiu na imprensa espanhola no ano passado.
De acordo com um porta-voz da polícia, não só o presidente, como outros nomes da diretoria do clube catalao foram detidos depois de investigação por crimes financeiros.
Em nota, o clube declarou que pretende cooperar com a Justiça para resolução do caso. “O FC Barcelona ofereceu a sua total colaboração às autoridades judiciárias e policiais para esclarecer os factos que são objecto da presente investigação”, publicou.
Em fevereiro de 2020, com a agremiação sendo comandada por Bartomeu, o clube contratou a consultoria de marketing I3 Ventures com o intuito de monitorar atividades nas redes sociais. Entretanto, a empresa é famosa por trabalhar com divulgação de desinformação e difamação através de ofensas.
Na época, a emissora espanhola Cadena Ser, que divulgou o contrato do Barcelona com a I3 Ventures, divulgou que a negociação era para que os ataques fossem feitos a jogadores do clube, por exemplo, que eram opositores a decisões e ideias de Bartomeu.
O acordo entre as partes era de cerca de um milhão de euros ao ano, mas o contrato foi suspenso pelo então presidente do Barça devido à repercussão da imprensa, que motivou protesto de torcedores e saída de conselheiros do clube.
Com a pressão, o dirigente deixou o cargo no Barcelona em outubro do ano passado por uma moção de desconfiança. Novas eleições para presidente do clube serão feitas neste mês de março.
O nome "Barçagate", dado a operação, é uma alusão à operação "Watergate", que resultou na renúncia de Richard Nixon da presidência dos Estados Unidos nos anos 70, após a divulgação de um escândalo político pela imprensa do país.