segunda-feira, 22 de março de 2021

Em crise financeira, investimento em contratações na Liga Chinesa caem 90%

 

O futebol chinês está enfrentando grandes dificuldades financeiras que estão refletindo na própria sobrevivência dos clubes e realização do campeonato nacional. Com apoio de grandes empresas do país, o esporte recebeu grandes investimentos nos últimos anos, que foram reduzidos drasticamente por causa da pandemia e estão afetando a continuidade da modalidade. 

 

Em reportagem publicada pelo ge.globo estima-se que o investimento em jogadores estrangeiros durante a janela de transferência, por exemplo, saiu de R$ 544 milhões em 2017 para R$ 54 milhões em 2021, uma redução de quase 90%. 

 

Quatro anos atrás, o valor ultrapassa os investimentos pela Liga Chinesa bateram recordes, ultrapassando, inclusive, a Premier League, a recordista de valores até então.

 

Com a crise financeira, 16 clubes das três principais divisões da competição nacional entraram em colapso no último ano e acabaram sendo desqualificados por questões financeiras.   

 

Alguns casos, são, por exemplo, a falência do Tianjin Quanjian, ex-clube de Alexandre Pato, decretada em maio do ano passado. Outro foi o encerramento do Jiangsu Suning, atual campeão da Liga Chinesa. Com uma dívida de cerca de R$ 535 milhões, houve uma tentativa de vender a agremiação para que as atividades fossem mantidas, mas o grupo Suning não encontrou um comprador. Com a dissolução do clube, jogadores brasileiros como Alex Teixeira, Miranda e Éder foram dispensados. Os dois últimos foram recentemente contratados pelo São Paulo. 

 

Atualmente, 30 brasileiros ainda possuem contrato com times da China, entretanto, eles não sabem quando ou se irão retornar ao país para continuar com seus contratos, como é o caso de Renato Augusto, do Beijing Guoan, e de Paulinho e Anderson Talisca, do Guangzhou FC. 

 

Alguns clubes passam por dificuldades que intensificam a instabilidade quando suas participações na temporada, como o Tianjin Tigers, que está com dez meses de salários atrasados e o Hebei FC que busca novos investidores para suprir as dívidas.

 

Parte das dívidas dos clubes é justamente pelos salários exorbitantes, principalmente de estrangeiros. Por essa razão, a China passou a taxar a entrada de jogadores de outros países a partir de 2018 e criou um teto salarial no ano passado para os atletas. 

 

O próprio Chen Xuyuan, presidente da Associação Chinesa de Futebol (CFA), ressaltou sobre os valores exorbitantes em entrevista à agência Xinhua no fim do ano passado. "O salário médio dos nossos melhores jogadores é 5,8 vezes superior ao dos atletas do campeonato japonês e 11,6 vezes superior ao do sul-coreano. São números alarmantes, como é que ainda não acordamos?”, declarou o dirigente. 

 

Devido a crise, a CFA estendeu a janela doméstica de transferências, que tende a ser mais barata, até o dia 26 de março. Ainda não há previsão de quando o campeonato nacional será iniciado nem em qual formato será disputado.


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