Uma mudança no Mecanismo de Solidariedade da Fifa pode ajudar os clubes financeiramente de agora em diante. Esta semana, a entidade adicionou um artigo no Regulamento de Status e Transferências dos Jogadores que vai incentivar ainda mais a bonificação na transferência de jogadores para as equipes.
Divulgado pela coluna Lei de Campo do UOL Esporte, um clube de treinamento agora terá direito aos 5% de contribuição quando a transferência for entre clubes afiliados a diferentes associações e quando for entre clubes afiliados à uma mesma associação, contanto que o clube de treinamento seja afiliado a uma associação distinta.
Para exemplificar, a coluna trouxe o caso do atacante Richarlison, que atualmente joga pelo Everton, na Inglaterra. Revelado pelo América-MG, o clube recebeu 5% de solidariedade quando o jogador foi transferido do Fluminense para o Watford em 2017. Na temporada seguinte, Richarlison saiu do Watford e foi para o Everton, dois clubes que fazem parte da Football Association (FA). Na época, o time mineiro recebeu pela transferência internacional do atacante, mas não recebeu pela transferência entre os associados da FA. Se a mudança do jogador entre os clubes ingleses fosse hoje, com a nova mudança da Fifa, o América-MG também receberia a porcentagem.
“Valores que podem até significar a sobrevivência das atividades de um clube, se considerarmos que a grande maioria dos clubes que tem direito a receber valores de Solidariedade são clube médios ou pequenos, que muitas das vezes não têm outra fonte de receita”, comentou o Felipe Mourão, advogado especialista em direito esportivo para a Lei de Campo.
Criado para beneficiar os clubes formadores e estimular a transferência de jogadores, o Mecanismo de Solidariedade tem uma porcentagem proporcional quanto a idade do atleta e quantidade de temporadas nas categorias de base.
Nas temporadas de um jogador entre seu 12º e 15º aniversário, o clube formador recebe 0,25% da transferência por cada temporada do atleta na equipe. Já do 16º ao 23º aniversário, o clube recebe 0,50% por temporada.
"Isso pode ter um impacto enorme para o futebol brasileiro e sul-americano como um todo, porque os jogadores brasileiros e sul-americanos estatisticamente são os que mais estão envolvidos em transferências no mundo todo”, apontou o advogado.