Nada de nome das mães dos jogadores ou frases de
efeito. Neste Dia Internacional da Mulher, o Cruzeiro optou por ir
direto à raiz dos problemas como violência contra as
mulheres e a desigualdade entre gêneros. Diante do Murici, de
Alagoas, pela terceira fase da Copa do Brasil, o
clube mineiro estampará em seu uniforme nesta quarta-feira dados assustadores
como “a cada 2 horas, uma mulher é morta no país” ou “não há vereadoras em 23%
dos municípios brasileiros.”
O número de camisa de cada jogador se tornará
uma estatística. Os dados foram colhidos pela ONG Azminas. “Em pleno século XXI,
não é tolerável ver as mulheres sofrerem atos de violência e discriminação. Com
esta ação, nos juntamos a todos que combatem as desigualdades contra pessoas do
sexo feminino”, comentou Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro.
Marcone
Barbosa, diretor de marketing da clube, diz que a iniciativa também servirá
como terreno de conscientização de importantes questões como a depressão
pós-parto. “O Dia Internacional da Mulher não é um momento apenas de trazer à
tona toda a característica de desigualdade que ainda existe no Brasil e no
mundo, mas também é um momento de conscientização de outros aspectos
relacionados à mulher. Alguns dos números que vamos destacar têm a ver com o
cuidado da mulher com a saúde, com o próprio corpo.”
As camisas
trarão as seguintes frases:
·
A cada 2
horas, uma é morta
·
Trabalham
quase 3 vezes mais nas tarefas de casa
·
5º país
em taxa de feminicídio
·
De cada
dez desempregados, 7 são mulheres
·
A cada
dez jovens, 8 sofreram assédio
·
Três em
cada 10 já foram beijadas a força
·
A cada 11
minutos, um estupro
·
Apenas
12% dos prefeitos do Brasil
·
17%
dividem o presídio com homens
·
Apenas
22% dos parlamentares do mundo
·
Não há
vereadoras em 25% dos municípios
·
25% tem
depressão pós-parto
·
27% continuam
com o agressor
·
Apenas
29% dos protagonistas dos filmes
·
Salários
30% menores
·
Pouco
mais de 31% dos candidatos eleitorais
·
33% já
sofreram assédio na rua
·
35% já
sofreram assédio em transporte público
·
37% dos
funcionários de grandes empresas
·
Parceiros
cometem 38% dos feminicídios
·
Dos
assédios, 39% foram com xingamentos
·
70% dos
que passam fome no mundo
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