Vinte e quatro anos separam o nascimento de Fábio Gouveia - um dos maiores nomes da história do surfe brasileiro, com 10 temporadas de CT no currículo - de seu filho, Ian Gouveia. Com os mesmos 24, Ian também se tornou pai e chegou ao auge de sua carreira até aqui ao terminar 2016 em nono do ranking do QS (divisão de acesso) e se classificar para a elite do surfe mundial em 2017. Pode ser que o número emblemático para a família o acompanhe pela temporada que chega, nas costas de sua lycra. Do pai, o garoto herdou a irreverência, a sintonia com as ondas, “a linha e o estilo, pois trabalha incessantemente para evoluir”, frisa o criador. O agora vovô Fabinho é o “fabuloso”, e Ian ainda vai cavar o apelido que faça jus ao estrago que vem fazendo com uma excelente leitura de tubos e surfe potente, agressivo e progressivo. Caseiro e tranquilo, com um 1,66m e porte atarracado, o pequeno-grande garoto – único estreante brasileiro em 2017 - é assunto que vem dominando os papos informais em torno de sua performance no Circuito Mundial.
Cascudo nas ondas pesadas e solto nas marolas, diante de um Tour com todo tipo de condições e agora ao lado dos top 34, as expectativas sobre o herdeiro de “Fia” serão postas à prova em março, quando começa em Snapper Rocks, na Austrália, a primeira das 11 etapas. Fácil não vai ser. Mas podemos estar diante das primeiras páginas do clímax de uma boa história, que leva família e surfe como ingredientes chave.
A classificação para o CT começou a ser desenhada a partir do meio do ano, durante a perna europeia do QS, quando o pernambucano radicado em Florianópolis cavou bom resultado na Espanha (4°), venceu em Açores (Portugal) e ficou em terceiro na etapa prime de Cascais, também em Portugal. Antes disso, Ian tinha 69 competidores a sua frente no ranking. A partir de então, chegou a figurar na sexta colocação. Mas a confirmação da vaga veio com doses de drama. Somente nas últimas baterias da última etapa do QS, em Sunset Beach, no Havaí - mesmo lugar onde seu pai fez história ao ser o primeiro brasileiro a conquistar a edição – seu nome ficou em segurança no G-10 da divisão de acesso.
Fonte: globo.com
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