domingo, 4 de dezembro de 2016

Dor e amor, luto e união: quando um campeão voltou para nunca mais partir


O campeão voltou

No começo da tarde deste sábado, quando as urnas que guardavam os corpos das vítimas da tragédia aérea da Chapecoense começaram a entrar na Arena Condá, o público entoou um cântico: "O campeão voltou". Voltava o campeão, voltavam os heróis vitimados enquanto buscavam o sonho do título continental. Aquele foi um dos momentos mais emblemáticos, mais simbólicos de um dia de tanta dor, tanta tristeza - mas também de tanta união, tanto carinho, tanto amor. De um dia em que o campeão voltou; de um dia em que o campeão voltou para nunca mais vai partir.

Eles deixaram o aeroporto em cortejo

E, lá do estádio, ganharam aplausos emocionados

No percurso, os caixões receberam mais afeto. E também lágrimas. E também olhares incrédulos, entristecidos, como o desse menino que observou o comboio pela janela de casa. Mesmo de costas para a câmera, é possível perceber sua dor

Logo viria o momento do último encontro: a chegada dos caixões à Arena Condá, palco de tantas alegrias dos heróis vitimados na tragédia

Para os familiares, restava a incredulidade

A dor foi compartilhada pelos torcedores. E expressa em lágrimas...

E em beijos...

E em um ombro amigo...

E em pensamento...

Diferentes pessoas, em diferentes lugares, expressaram o amor pela Chapecoense. A manifestação partiu de pessoas anônimas...

E a onda de carinho pela Chape também envolveu Tite, o técnico da seleção brasileira

Para Tite, o maior símbolo de força em meio a tanta dor foi dona Ilaídes, mãe do goleiro Danilo, morto na tragédia. Ela já havia confortado o jornalista Guido Nunes com um abraço que emocionou o Brasil. Neste sábado, prestou seu agradecimento aos torcedores no estádio:
Aquilo é extremamente emblemático, talvez seja o sentimento que todos nós tenhamos de solidariedade a todos vocês (jornalistas). E de poder dividir um pouquinho essa tristeza, de ser solidário, e que ali na frente a gente tenha a condição de se reerguer de novo. O teu ato e o ato da mãe do Danilo foram extremamente emblemáticos. Faço deles o maior ato, o ato mais bonito que possa acontecer"

Ao fim de um dia tão dolorido, o que ficou foi o misto de tristeza e união, de dor e solidariedade. E a sensação de que a Chapecoense passou a ter a maior torcida do planeta - uma torcida que, de tão grande, mereceu um agradecimento da Chape.

E uma torcida que, acima de tudo, há de sorrir, como sorriu o indiozinho, lindo símbolo de futuro para a Chape, o time dos campeões que neste sábado voltaram para casa - e que nunca deixaremos que partam de nossas memórias

Fonte:globo.com



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