Após vistoria na última quinta, a Prefeitura de Porto Alegre não concedeu o Habite-se à Arena do Grêmio, que segue impossibilitada de receber eventos. A decisão saiu nesta segunda-feira. Mas o clube tricolor não desistiu de mandar o seu próximo jogo da Libertadores, no dia 5, contra o Caracas, no novo estádio e conseguiu mais um prazo para indicar a sua nova casa à Conmebol: até as 15h desta terça.
De acordo com a Secretaria de Urbanismo, faltam detalhes em relação à obra, que podem, sim, ser corrigidos até terça. Para isso, a Arena Porto-Alegrense, empresa que gere o estádio, terá que comunicar a secretaria a respeito das alterações e pedir uma nova vistoria. O órgão optou por não relatar quais os problemas da construção e adianta que, de qualquer forma, mesmo que concedido, será um Habite-se parcial, uma vez que a vistoria compreendeu apenas o campo de jogo e não todo o complexo ao redor do estádio.
- O relatório elaborado pelos vistoriadores da secretaria identificou alguns ajustes a serem feitos no equipamento - limitou-se a descrever o órgão, em nota oficial.
Grêmio já havia conseguido adiamento para segunda
O regulamento da Libertadores determina que o clube mandante deve, no momento das inscrições dos jogadores, apontar o estádio onde deseja atuar. O Grêmio indicou Arena e Olímpico. Dessa forma, deve, dez dias antes da partida, informar à entidade o estádio escolhido.
O prazo para Grêmio x Caracas terminaria no último sábado. Então, o presidente Fábio Koff conseguiu prorrogar para esta segunda-feira. Sem a resposta da prefeitura de Porto Alegre e do Corpo de Bombeiros do Estado até o início da tarde, o dirigente voltou a conversar com Juan Angel Napout, diretor de competições da Conmebol, e explicou a situação: ganhou novo prazo até as 15h desta terça-feira.
Arena do Grêmio foi vistoriada na última quinta-feira (Foto: Cristine Rochol/PMPA)
Segundo impasse: espaço da geral
O segundo grande impasse da Arena é o futuro do espaço da geral, problema que não afeta a questão do Habite-se, mas que precisa ser resolvida em menos de 60 dias, segundo o prazo do Corpo de Bombeiros. De acordo com o comandante da corporação, o coronel Guido Pedroso de Melo, a Arena já está liberada em relação ao Plano de Prevenção Contra Incêndio (PCCI).
A questão está no modo de acomodar os torcedores no local: barras de proteção ou cadeiras? Embora prefira a segunda opção, Guido abre uma porta para o dialógo e não descarta a primeira possibilidade, a que mais agrada ao Grêmio - em ambos os modelos, a tradicional comemoração 'avalanche' tende a ser extinta.
As barras de proteção já existem na geral desde a confusão criada pela torcida organizada na inauguração da Arena, em 8 de dezembro, mas só na metade superior. Na visão do Grêmio, esse recurso é positivo por três razões:
1. Cobrindo todo o espaço, evitaria a tradicional comemoração chamada avalanche, que contribuiu para a queda da grade, ferindo sete torcedores no dia 30, mas haveria a manutenção dos torcedores em pé, possibilitando ao clube praticar preços mais populares no local.
2. Os assentos precisariam ser importados e ainda exigiriam uma obra mais complexa. Atualmente, para facilitar o trânsito de fãs em pé no espaço da geral, cada degrau foi dividido ao meio, criando um degrau intermediário. Para a colocação de cadeiras, seria necessário abolir isso. Um processo que pode levar três meses, enquanto instalar barras protetoras sequer gastaria 15 dias.
3. Mais um ponto gremista contra as cadeiras: a queda de público. Colocar assentos significa diminuir pela metade a capacidade do espaço da geral, de oito mil pessoas em pé para quatro mil sentadas.