Nos últimos dias, os protestos que têm dominado as ruas do Brasil encontraram na Fifa e na organização da Copa do Mundo de 2014 mais um motivo para as manifestações. Sem temer os efeitos das críticas, o secretário-geral Jerome Valcke voltou a negar que a entidade esteja se aproveitando do País e afirma que os legados serão lembrados no futuro.
“É difícil comentar sobre as razões para os protestos. Venho da França, onde muitos protestos acontecem quando o povo quer se expressar. É claro que não é a imagem que queremos passar para a imprensa mundial, mas é um direito da população de lutar. São dois grupos, os milhares que vão as ruas e os milhares que vão aos estádios. E ambos têm o direito de se expressar”, declarou Valcke ao SporTV.
A única ressalva do dirigente em relação às manifestações é a presença de vândalos, que podem colocar em risco a segurança de atletas, turistas e obviamente da própria população brasileira. Segundo ele, porém, a violência não exclusiva dos protestos do País, mas sim uma figura constante ao redor do planeta.
“É a mesma coisa, em qualquer lugar do mundo. Essa violência não é específica daqui. Em Paris sempre tem um bando de gente burra que quer lutar com policial, que atrapalha o grupo maior que está protestando. Esses não querem participar de nada, só querem criar tumulto”, lamentou o francês.
De acordo com Valcke, a revolta dos cidadãos com a Fifa e os grandes eventos no Brasil só acontece pela falta de comunicação. O secretário-geral garante que as denúncias de uso de dinheiro público são infundadas e que, ao contrário do que dizem, a Fifa pensa em ajudar os brasileiros a atrair investimentos para o crescimento do País.
“A Copa é apenas uma parte do que se está fazendo para desenvolver o País em todas as áreas. É apenas um catalisador de investimentos, faz parte de um plano feito pelo governo. Não estamos organizando 64 jogos, estamos fazendo eventos e programas para apoiar o esporte no Brasil e no mundo. O único argumento que vejo é que a Fifa vem roubar dinheiro do brasil. Nós não estamos pegando nenhum dinheiro publico. Além disso pagamos por hotel, carro, infraestrutura”, argumentou.
Para comprovar os possíveis benefícios da realização do Mundial de 2014, Valcke citou um exemplo familiar. Casado com uma sul-africana, o dirigente da Fifa afirma que os familiares da esposa não têm do que reclamar sobre o legado deixado após a Copa de 2010: “A família diz que as cidades mudaram muito pelos investimentos no transporte público, em educação e saúde”.
As críticas feitas durante a Copa das Confederações, segundo Valcke, também serão esquecidas daqui um ano, já que a Fifa pretende aproveitar a experiência no evento-teste para não repetir falhas estruturais. Uma reunião com os representantes de cada cidade-sede, inclusive, já está marcada para o início de julho.
“Não temo nada. É um aprendizado, a Copa das Confederações, e usaremos isso para as outras cidades. Teremos uma reunião com todos para ajustar isso e planejar uma Copa perfeita. Ainda temos muito trabalho, coisas que não funcionaram como queríamos, como ingressos, alimentação e água, mas nada que tenha colocado a Copa em xeque”, assegurou.
Fonte:gazetaesportiva
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