São Paulo, Santos e DIS chegaram verbalmente a um acordo para a transferência de Paulo Henrique Ganso na última sexta-feira. Um acordo que seria formalizado na segunda-feira, mas que para surpresa de todos, principalmente do próprio jogador, irritado com a reviravolta, esbarrou na recusa do Peixe à proposta enviada pelo Tricolor.
Desde então, uma série de informações desencontradas e versões divergentes têm sido relatadas por pessoas ligadas aos clubes. Na nota oficial emitida pelo Santos na tarde desta segunda, a diretoria afirma que “como o documento não atendeu os interesses do clube, a proposta foi novamente recusada pelo Comitê de Gestão”.
O presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro revelou que o problema não foi o valor da oferta, já que ambos chegaram ao denominador comum: R$ 23,8 milhões. Porém, segundo ele, “um conjunto de frases” da proposta e as condições apresentadas não estavam de acordo com o que o Santos esperava. Duas pessoas ligadas ao clube da Baixada disseram ao GLOBOESPORTE.COM que a questão seria o fato de a transferência ser paga em duas parcelas. O Peixe quer receber à vista e segue irredutível nesse sentido.
O São Paulo não se manifesta publicamente. O clube não quer entrar em atrito com o Santos, até porque as declarações do presidente Juvenal Juvêncio, de que teria conversado com Ganso por telefone na última sexta-feira, não foram bem recebidas por Laor e, de acordo com homens envolvidos na negociação, são uma das razões para que o Peixe tenha passado a criar novos empecilhos.
Havia a expectativa, na noite de segunda-feira, de que uma reunião ocorresse nesta terça para, enfim, consolidar o que foi conversado. Porém, DIS e São Paulo ainda esperavam uma confirmação do Santos, que, por sua vez, deseja receber uma nova proposta. Em meio ao conflito de versões, Ganso está irritado com a demora na definição. Embora Laor tenha dito que não ouviu do meia o desejo de atuar no Morumbi, o jogador já se manifestou às partes a favor da transferência.
Pelo lado do jogador, levanta-se a hipótese de o Santos estar forçando a situação para que o meia diga, publicamente, que pretende jogar no São Paulo, e assim livre a diretoria de constrangimentos com a torcida. Caso esta seja uma condição fundamental para o negócio, o camisa 10 não descarta fazer a vontade do Peixe. À espreita permanece o Grêmio, “defendido” por Laor, mas descartado pelo jogador e pelo DIS, apesar do lobby de dirigentes, do técnico Vanderlei Luxemburgo e do meia Elano, que juram ter conversado com o meia para tentar convencê-lo a mudar de ideia.
Outro fator que complica uma negociação que dependia apenas da assinatura para ser concluída é uma viagem do presidente Luis Alvaro para a Europa. Ele deve embarcar nesta terça-feira. Ganso ainda tem esperança de que o martelo seja batido antes disso. Ainda assim, Alvaro de Souza e Eduardo Vassimon, membros do Comitê de Gestão responsáveis diretos pelas tratativas, seguem no caso.
Paralelamente a tudo isso, o Santos ainda quer usar a negociação para entrar em acordo com a DIS e resolver a pendência judicial que tem com a empresa, em função da venda de Wesley ao Werder Bremen, em 2010. Na época, o Peixe não repassou para a empresa a parte que lhe cabia da transação do jogador, hoje no Palmeiras. Recentemente, o clube foi notificado de decisão favorável a empresa para bloquear 20% de suas receitas, mas já recorre nos tribunais.
globoesporte.com
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